segunda-feira, novembro 21, 2005

FADO NA GOLEGÃ E MOITAS VENDA

Ontem à noite, o Cine-Teatro Gil Vicente, na Golegã foi palco para uma grande noite de fados. A organização foi da Rádio Cultura e Espectáculo (da Golegã) e o valor dos bilhetes da entrada desta Iª Gala do Fado revertiam a favor do Centro Social e Paroquial.
O espectáculo começou um pouco atrasado relativamente à hora prevista, porém a sala estava cheia para ouvir os fadistas Célia Mendes, Carlos Rosa, Rita Inácio, Francisco Varela, Manuel João Ferreira, João Mira, Maria Teresa Azoia e eu. À guitarra esteve Bruno Mira e na viola Tiago Silva.

O pároco da Golegã (padre Pedro) e o presidente da Câmara Municipal, José Veiga Maltez, também marcaram presença, demonstrando solidariedade para com a inicitiva.


De fado em fado

Depois de ter cantado quatro fados na Iª Gala do Fado, na Golegã, rumei em direcção a Moitas Venda porque lá também estava a decorrer uma grande noite de fado. Muitos eram os fadista de Lisboa e Vila Franca de Xira que lá estavam a cantar, mas confesso que não tive oportunidade de apreciar pois cheguei a meio da noite e saí antes dela acabar.
O 'povo' das Moitas não me deixou ir embora sem cantar dois fadinhos e desta feita interpretei 'Aquela Rua' e 'Loucura'.
Fui muito bem recebida em ambos os espectáculos e desde já aproveito esta oportunidade para deixar um agradecimento especial a quem se lembra de mim e me convida para espectáculos.

No próximo sábado vou estar a cantar nos Bombeiros Voluntários da Chamusca, a partir das 22 horas. Estão todos convidados...

A SABEDORIA...

O primeiro filme da história do cinema teve lugar em 1895 com os irmãos Lumière.

Os princípios técnicos do cinema são simples: por um lado, uma série de imagens é fixada numa película fotossensível; por outro, essas imagens são projectadas por um feixe de luz sobre uma superfície plana, a tal velocidade de sucessão que as figuras parecem estar a movimentar-se em contínuo. Este efeito baseia-se no facto de o olho reter as imagens durante uma certa porção de tempo após o desaparecimento da coisa vista.
A técnica do cinema surgiu no século XIX, em parte associada ao desenvolvimento da fotografia. Assim, inventores como Louis Daguerre, Coleman Sellers e Étienne Marey podem-lhe ser associados. Contudo, foram os franceses Louis e Auguste Lumière que deram o passo fundamental, com a invenção do cinematógrafo, dado a conhecer ao público em 1895.
O cinema depressa adquiriu popularidade na Europa e na América do Norte, como fonte de entretenimento, veículo ideológico e documentário. O introdutor da nova técnica no nosso país foi Aurélio da Paz dos Reis, logo no ano a seguir à inauguração dos irmãos Lumière.
Ao longo do tempo, os desenvolvimentos técnicos sucederam-se e levaram a grandes modificações dos estilos predominantes. A possibilidade de sincronização da imagem com o som teve consequências aos mais diversos níveis, desde logo no trabalho dos actores. Na verdade, muitas das estrelas do cinema mudo foram incapazes de se adaptar e viram as suas carreiras terminadas com o advento do sonoro. O filme que marcou esta viragem foi O Cantor de Jazz, de 1927. A introdução da cor e de formatos mais largos, depois, e o desenvolvimento dos efeitos especiais, mais tarde ainda, foram outros progressos que acarretaram mudanças radicais na estética das produções.
Por outro lado, os géneros foram-se definindo: tornaram-se reconhecíveis diferentes tradições cinematográficas, com características e convenções mais ou menos estáveis, como é o caso das comédias amorosas, dos filmes de guerra, dos westerns, dos filmes de espionagem, dos policiais e histórias de tribunal, da ficção científica, da animação, dos musicais, etc. Ao mesmo tempo, ainda, surgem as escolas ou correntes (como o expressionismo e o neo-realismo, que ligam o cinema aos movimentos de outras artes) e estabelecem-se perfis nacionais para as produções (há um estilo americano, um britânico, um indiano, etc., bem distintos dentro de certos géneros).
Pela sua ampla difusão internacional e social (é igualmente apreciado por pessoas de todas as classes), o cinema é considerado pelos estudiosos como um dos componentes distintivos da cultura do nosso tempo. Na verdade, não apenas algumas das suas figuras são conhecidas de várias gerações, em vários países e grupos sociais, como também muitas das ideias-feitas sobre o heroísmo, a justiça, a investigação policial, certas épocas e personalidades históricas, certos sentimentos, etc., decorrem de obras cinematográficas ou são por elas transmitidas às massas. A importância do cinema é tanto mais significativa quanto ele marcou indelevelmente a programação televisiva, quer porque os filmes também são transmitidos na televisão, quer porque esta adoptou, na sua produção própria, muitos elementos dos vários géneros cinematográficos.
Como forma de arte e grande indústria que é, o cinema dispõe de acontecimentos organizados para sua promoção, bem como de galardões que são atribuídos às obras e personalidades de maior mérito. Entre os primeiros destacam-se o Festival de Cannes, o Festival de Veneza e, entre nós, o Fantasporto. Quanto a prémios, os mais famosos são os Óscares, atribuídos anualmente desde 1927.


Com a devida vénia à Porto Editora

EFEMÉRIDE DO DIA

Morte de Francisco Franco, o carismático ditador Espanhol...

Francisco Franco

Militar espanhol nascido em 1892, fez parte da sua carreira no Marrocos espanhol, no Exército e na Legião Estrangeira, ascendeu ao generalato em 1926 e dirigiu, no início da década de trinta, a repressão militar de movimentos grevistas e revolucionários, com especial destaque para a sublevação asturiana de 1934. Adversário da República, cujo governo lhe chegou a retirar as funções de comando, foi posteriormente colocado nas Canárias, de onde dirigiu os movimentos conspirativos que levaram ao desencadear da Guerra Civil, em 1936. Foram, com efeito, as forças sob o seu comando que iniciaram as hostilidades. Franco assume o controle das ilhas, passa para Marrocos e desembarca na Espanha continental, ao mesmo tempo que outros generais desencadeiam actos insurreccionais noutros pontos do território. No mesmo ano de 1936, assume as funções de direcção suprema do movimento insurreccional: comandante em chefe, chefe do Estado e do governo, com o posto de generalíssimo e o título de caudilho. A guerra duraria três anos, durante os quais as forças franquistas beneficiaram do auxílio militar das potências do Eixo e da colaboração do governo de Salazar; apesar da magnitude daquele auxílio, recusou participar na Segunda Guerra Mundial ao lado de Hitler e Mussolini.
Detentor de um poder imenso, Franco transformou a Espanha num Estado unitário, de carácter fascizante, banindo todas as formas de oposição e mantendo a pena de morte para delitos políticos, recorrendo por vezes ao estado de sítio em situações de maior gravidade que pudessem colocar em risco a estabilidade ou a sobrevivência do regime. Recusou sempre colocar a questão do regime político, persistindo em considerar a Espanha uma monarquia, mesmo sem a existência de um rei no trono. No fim da sua vida, a pressão da comunidade internacional, a evolução política, social e económica do país e a sua saúde extremamente frágil tornaram evidente a necessidade de um processo gradual de abertura, se não de democratização, e levaram o Caudilho a preparar a sua sucessão, vindo o trono a ser confiado ao rei Juan Carlos I, num processo que Franco em pessoa orientou praticamente até à sua morte a 20 de Novembro de 1975.

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segunda-feira, novembro 14, 2005

MARTA RAMALHO COM PÁGINA NA NET

Para quem já me conhece, talvez não seja surpresa o facto de estar a lançar uma página pessoal na internet. Para quem não me conhece e possa, eventualmente, ter alguma curiosidade em conhecer-me, então é so clicar aqui para ficar a saber mais qualquer 'coisinha' sobre mim.
Esta página pessoal sobre a Marta Ramalho há muito era esperada mas por várias razões ainda não se tinha tornado uma realidade...
Hoje é dia do lançamento oficial da minha página. Espero que gostem e que esteja à altura das expectativas.
Muitos beijinhos
Marta Ramalho

domingo, novembro 13, 2005

FADOS NA MOITA DO NORTE

Foi muito agradável a noite de ontem, na Ex-Tuna de Moita do Norte, em Vila Nova da Barquinha. Mais uma vez, o fado aconteceu. O silêncio foi extraordinário e a sala estava muito bonita (leia-se cheia). O caldo verde estava bom, mas o cacau quente estava muito doce :-)
O espectáculo começou com uma homenagem ao fadista do concelho, Manuel Fernandes Tomé (que faleceu no passado sábado) e depois prosseguiu com três vozes masculinas e duas femininas.
Maria Teresa Azoia, Natália Ferreira, Manuel João Ferreira, Oliveira Santos e Emanuel Soares foram as vozes do elenco que representaram a canção nacional, acomapnhados à guitarra por José Carlos Marona e na viola, Alberto Corga.
A apresentação foi da minha responsabilidade...
Na próxima quinta-feira (dia 17) há mais... fados, claro!

A SABEDORIA...

Os gatos lambem-se para limpar o pêlo e retirar-lhe o cheiro da comida, que pode atrair os predadores...
Se Fernando Pessa fosse vivo diria: e esta, heim?

GATO

Designação comum dos mamíferos carnívoros da família dos Felídeos que em sentido restrito abrange numerosas espécies distribuídas por várias regiões do mundo, nas quais se encontram as que originaram o gato doméstico.
O gato selvagem ou gato montês (Felis silvestris) é um dos dois pequenos felídeos europeus no estado selvagem. O seu habitat está limitado aos escassos bosques de coníferas ou caducifólias da Europa e da Ásia. O gato selvagem com a sua pele listrada de amarelo e cinzento, a sua cauda curta assemelha-se a um gato doméstico de grandes dimensões. Como os restantes felinos, é um animal com hábitos nocturnos. O seu tamanho oscila entre os 50 e 80 centímetros de comprimento para um peso que não ultrapassa 8 quilos.
Os gatos possuem excelente visão nocturna (existe nos olhos dos felinos uma camada de células, denominada tapetum lucidum - "tapete brilhante" - que reflecte a luz para a retina permitindo aos animais verem objectos no escuro) e hábitos próprios de um caçador como aptidão para fazer atalaia, saltar e trepar. A sua língua é áspera, possuem bigodes ou vibrissas sensíveis e garras retracteis. A gata ao fim de nove meses está sexualmente madura, tem uma gestação de oito a dez semanas que origina de 2 a 6 juvenis. A longevidade dos gatos pode atingir os 12 a 15 anos.

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EFEMÉRIDE DO DIA

13 de Novembro de 1975
Atentado da OLP em Jerusalém.

Organização de Libertação da Palestina (OLP)

Organização política formada em 1964 com o objectivo de lutar pela independência da Palestina, território que fora ocupado por Israel. Teve um papel centralizador dos vários movimentos de resistência clandestinos e veio a perseguir os seus intentos tanto pela luta armada como pela via diplomática. Desde 1968 que tem como seu presidente Yasser Arafat. A partir de 1974, a OLP foi reconhecida como a única entidade representativa do povo palestiniano (cerca de 4 milhões).

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sábado, novembro 12, 2005

UM LIVRO INTERESSANTE

Mais um livro interessante e de leitura obrigatória...

Bem haja!

Marta Ramalho

EFEMÉRIDE DO DIA

12 de Novembro de 1840
Nascimento de Auguste Rodin, um dos maiores escultores do século XX.

Auguste Rodin

Artista francês (1840-1917) que é considerado um dos maiores escultores do século XIX e um pioneiro na pesquisa das possibilidades plásticas oferecidas por novas matérias-primas.


12 de Novembro de 1991
Massacre no cemitério de Santa Cruz, em Timor Leste

História

Os primeiros contactos de portugueses com a ilha de Timor datam dos inícios do século XVI: após a conquista de Malaca e consequente domínio dos mares e do comércio da Insulíndia, o sândalo atraiu navegadores portugueses, que terão chegado à ilha por volta de 1514; em 1556, chegavam os primeiros missionários. A conquista foi lenta, tendo encontrado numerosos obstáculos, desde as resistências locais até aos ímpetos expansionistas de outras nações asiáticas e à conquista holandesa. Portugal ficaria senhor de metade da ilha, não sem alguns problemas de soberania, que deram origem a "guerras de pacificação". Na Segunda Guerra Mundial a colónia foi invadida e ocupada pelos japoneses. Entre 1942 e 1945, o território foi palco de combates que opuseram o exército imperial japonês e uma heterogénea coligação de esforços militares (comandos holandeses e australianos, degredados portugueses e timorenses), sem que Portugal tivesse intervenção directa no conflito. Com o fim da guerra, Portugal readquiriu o domínio sobre Timor, seguindo-se um período de quase três décadas em que não se manifestaram movimentos independentistas. Mesmo as guerras nas colónias africanas não encontraram eco na longínqua Timor. A razão para a ausência de sentimentos ou movimentos defensores da independência da colónia poderá residir no facto de o domínio português ter funcionado, ao longo de séculos, como aglutinador de vários povos e defensor da identidade étnica, cultural e política da região face aos vários expansionismos em acção na Insulíndia; além disso, a presença portuguesa não assumiu um carácter de exploração económica, visto que a precária economia timorense era dominada por uma pequena burguesia de origem chinesa, há muito estabelecida no território.
Após o 25 de Abril de 1974 a vida política timorense tornou-se activa, embora seja notório o atraso com que o novo poder se apresentou a tomar as rédeas do governo local. A liberdade de formação de partidos políticos, prontamente aproveitada, permitiu o aparecimento de diversas formações partidárias: a União Democrática Timorense (UDT), partidária de uma autonomia progressiva dentro do espaço imperial português, que evoluiu para a proposta de uma independência a curto prazo; a Associação para a Integração de Timor na Indonésia (AITI), mais tarde denominada APODETI; a Associação Social-Democrática Timorense (ASDT), que mais tarde veio a adoptar o nome de Frente Revolucionária de Timor Leste (FRETILIN), partidária da independência imediata; outros pequenos partidos, não reconhecidos pelas autoridades portuguesas, como a Associação Popular Monárquica Timorense e o Partido Trabalhista.
Os motores da política local foram os três primeiros partidos mencionados, que o governador Lemos Pires procurou associar numa coligação que garantisse a transição pacífica. Em Julho de 1975, Portugal reiterou o direito do povo de Timor à autodeterminação e à independência, não conseguindo, no entanto, refrear os ânimos. Uma fugaz coligação entre a UDT e a FRETILIN (Janeiro a Maio de 1975) falhou e Timor caiu rapidamente numa situação de guerra civil. A UDT tentou apoderar-se do poder por meio de um golpe de Estado, seguindo-se um contra-golpe da FRETILIN. Timor mergulhou na violência fratricida e o governador, destituído de orientações precisas de Lisboa e sem força militar suficiente para reimpor a autoridade portuguesa, abandonou a capital e refugiou-se na Ilha de Ataúro. Em 28 de Novembro de 1975, a FRETILIN, que controlava uma parte significativa do território, proclamou unilateralmente a independência e, no dia seguinte, os restantes partidos pediram a intervenção da Indonésia, que lançou uma invasão em grande escala a 7 de Dezembro (na realidade, já desde Outubro que havia notícia de violações de fronteira por militares daquele país). Em consequência destes acontecimentos, Lemos Pires abandonou em definitivo o território. A Indonésia justificou a invasão alegando a defesa contra o comunismo, discurso que lhe garantiu as simpatias dos governos americano e australiano, entre outros, mas que não impediu a sua condenação pela Comunidade Internacional.
À invasão indonésia seguiu-se uma das maiores tragédias do pós-guerra. A Indonésia recorreu a todos os meios para dominar a resistência: calculam-se em duzentas mil as vítimas de combates e chacinas; as forças policiais e militares usavam sistemática e incontroladamente meios brutais de tortura; a população rural, nas áreas de mais acesa disputa com a guerrilha, era encerrada em "aldeias de recolonização"; procedeu-se à esterilização forçada de mulheres timorenses. Simultaneamente, a fim de dar ao facto consumado da ocupação um carácter irreversível, desenvolveu-se uma política de descaracterização do território, quer no plano cultural (proibição do ensino do português, islamização), quer no plano demográfico (javanização), quer ainda no plano político (integração de Timor na Indonésia como sua 27.a província). A esta descaracterização há que acrescentar a exploração das riquezas naturais através de um acordo com a Austrália para a exploração do petróleo do Mar de Timor.
No terreno, a guerrilha não se rendeu, embora com escassos meios materiais, humanos e financeiros e apesar de ter sofrido pesados desaires, como a deserção de dirigentes e a perda de outros, por morte em combate (Nicolau Lobato) ou por aprisionamento (Xanana Gusmão). Embora reduzida a umas escassas centenas de homens mal armados e isolados do mundo, conseguiu, nos tempos mais recentes, alargar a sua luta ao meio urbano (manifestações de massas) e manter no exterior uma permanente luta diplomática, para o que contou, em muitas circunstâncias, com a compreensão e o apoio da Igreja Católica local, liderada por D. Carlos Ximenes Belo, bispo de Díli. Simultaneamente, no exterior, Portugal, que nunca reconheceu nem a declaração unilateral da independência pela FRETILIN, nem a anexação pela Indonésia, mobilizou a Comunidade Internacional para a resolução do problema. Organizações humanitárias, como a Amnistia Internacional, denunciaram as violações dos direitos humanos e as conivências com o invasor; a Organização das Nações Unidas recusou reconhecer a anexação, continuando a considerar Portugal como potência administrante, e encarregou o seu Secretário Geral de diligenciar no sentido de encontrar vias diplomáticas para a resolução pacífica do conflito e para a garantia do direito dos timorenses à autodeterminação e à independência.
A atribuição, em 1996, do Prémio Nobel da Paz a D. Carlos Ximenes Belo e a José Ramos-Horta, porta-voz internacional para a causa de Timor Leste, indiciou uma consciencialização a nível internacional em relação a Timor Leste.
Em 1998, o General Suharto deixou o poder e foi substituído pelo vice-presidente Habibie. O regime começou então a dar sinais de abertura. Em Maio de 1999, representantes das Nações Unidas foram enviados para Timor Leste como observadores e para preparar o referendo sobre a autodeterminação dos timorenses, que se veio a realizar a 30 de Agosto de 1999, tendo o resultado sido de 78,5% de votos a favor da independência de Timor Leste. Desde então o território passou a ser denominado de Timor Loro Sae. Na sequência dos resultados, enormes massacres sucedem-se por acção indonésia sem que a comunidade internacional consiga intervir e pôr fim à violência. No entanto, ao fim de algum tempo, uma força internacional, denominada Interfet, foi enviada para o território com o objectivo de assegurar a paz.
A 19 de Outubro de 1999, o Parlamento da Indonésia anulou o decreto da anexação de Timor Leste como 27.a província da Indonésia.
Xanana Gusmão, entretanto libertado pelos indonésios, assume a liderança do Conselho Nacional de Resistência Timorense (CNRT) e representa Timor nas suas acções diplomáticas pelo mundo e junto às Nações Unidas.
Inicia-se um período de transição política até à realização de eleições, estabelecimento da Assembleia Constituinte e independência.
A 14 de Abril de 2002, Xanana Gusmão é eleito presidente da República e a 20 de Maio o país conquista em definitivo a independência.

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A SABEDORIA...

Os ruminantes têm estômago duplo...

Os ruminantes são mamíferos artiodáctilos que têm um aparelho digestivo próprio para a ruminação.
Regurgitam e voltam a mastigar o alimento depois de o terem engolido. Alimentam-se enchendo um dos compartimentos - denominado pança ou bandulho -, dos quatro em que se divide o seu estômago. As cavidades do seu estômago, além da citada, são o barrete, o folhoso e a coalheira. Esta última é onde se segregam os fermentos estomacais.
Esta adaptação nos herbívoros destina-se a aumentar o tempo disponível para a digestão da matéria vegetal relativamente indigesta. Para além disso, torna-os menos vulneráveis aos predadores, por gastarem menos tempo a ingerir alimentos que posteriormente voltam a ser mastigados.
Os ruminantes verdadeiros apresentam normalmente cornos ou hastes, pelo menos os machos. São ruminantes animais como o touro, o carneiro, as renas, os alces, etc.


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terça-feira, novembro 08, 2005

A SABEDORIA...

O rei que mais tempose manteve no poder foi Luís XIV. Reinou durante 72 anos...

Luís XIV

Monarca francês que reinou entre 1643 e 1715. Nasceu em 1638, em Saint-Germain-en-Laye, em França, e morreu em 1715, em Versalhes. Continua a ser o símbolo da monarquia absoluta do período clássico, para além de ter ficado conhecido na História como "o Rei Sol".
Quando o seu pai morreu, tinha apenas cinco anos. Por esse motivo, durante a sua menoridade, o país foi governado pelo cardeal Mazarino, um dos colaboradores mais dedicados de Richelieu. Quando atingiu a maioridade, Luís XIV fez triunfar definitivamente o absolutismo monárquico em França. Ou seja, só ele reinava e administrava. Esse poder não era apenas absoluto em si mesmo, era também absoluto em todos os domínios da governação pública. Estendia-se à vida social, política, económica, cultural (ao nível das Artes e das Letras) e religiosa. A nível internacional, participou em algumas guerras, entre 1667 e 1697, que resultaram na expansão das fronteiras orientais da França, e, em 1701-14, envolveu-se numa coligação, com o objectivo de assegurar o trono espanhol ao seu neto.
Luís XIV foi, de certa forma e algumas vezes, um tirano, mas, nas palavras de Voltaire: "O seu nome nunca poderá ser pronunciado sem respeito e sem evocar a imagem de uma época eternamente memorável.".

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segunda-feira, novembro 07, 2005

NOVO DISCO DE CUSTÓDIO CASTELO

Saiu à relativamente pouco tempo mais um disco de Custódio Castelo, um excelente interprete de guitarra portuguesa, que muito tem proporcionado ao fado.

O disco de instrumentais de guitarra portuguesa tem 12 temas, conta com a participação de vários músicos (amigos do Custódio e que colaboraram com ele) e chama-se TEMPUS... Por incrível que possa parecer, ou não, foi editado na Holanda porque em Portugal nenhuma editora quis investir nesta 'obra prima'. Pois eu até compreendo: é que num país de 'm...' como este tudo é possível. No país do fado não se dá valor ao instrumento do fado...

Mais uma vez se prova que em Portugal não se dá valor ao que temos. Como tal, há que aproveitar quando os outros (estrangeiro) nos reconhecem.

Quanto ao conteúdo do CD: simplesmente divinal...


PARABÉNS Custódio!
És só música :-)

F&Cª ESTÁ DE LUTO

O Fados & Companhia está de luto por um grande fadista da nossa 'praça'. Ontem às 23 horas, o fadista Manuel Tomé, de Vila Nova da Barquinha, faleceu de doença prolongada...

Só nos resta chorar com saudade, a sua sua voz e recordar os bons momentos que vivemos em muitas noites fadistas.

Um xaile e uma guitarra para MANUEL TOMÉ.

ACONTECEU FADO NO 'ALCORUCEN'

Ontem à noite aconteceu fado no restaurante Alcorucen, em Coruche.
Numa sala com mais de 400 pessoas muito divertidas, o momento fadista foi excelente e sem dúvida que ali, o fado aconteceu.
Gostei muito de cantar para todos aqueles grupos de portugueses, que vieram de Lisboa, Santarém e Cascais e (modéstia à parte) sei que eles também gostaram muito (de mim).
No acompanhamento instrumental esteve na guitarra portuguesa Pedro Castro e na viola, João Chora. O João Chora também interpretou alguns temas do seu reportório...
Quanto à próxima... á está marcada: dia 15 de Janeiro de 2006.
Até lá, Alcorucen!

sexta-feira, novembro 04, 2005

'ENCONTROS' AMANHÃ

Amanhã, vou realizar mais uma edição do programa radiofónico, semanal, que vai para o ar todos os sábados, entre as 17 e as 19 horas, na Rádio Voz do Entroncamento.
O programa chama-se 'ENCONTROS' e como o prórpio nome indica tem um espaço reservado para fazer encontros... E como estes encontros são feitos com a música, com a poesia e com as pessoas, o meu entrevistado do próximo sábado é
João Chora. O João vem acompanhado pelo guitarrista Custódio Castelo e espero poder proporcionar-vos uma hora de conversa e muito boa música (fado).

Para quem está mais longe e não capta a nossa frequência, pode aceder à nossa emissão on-line em
www.radioentroncamento.com


Não percam amanhã, das 17 às 19 horas, o programa 'Encontros', em 105.7 FM...

Até lá!

EFEMÉRIDES DO DIA

4 de Novembro de 1972

Nascimento do futebolista Luís Figo

Luís Figo

Futebolista português (1972- ) fez parte da geração do futebol português que ganhou vários títulos internacionais nas camadas jovens. Foi campeão europeu de sub-16 e campeão do mundo de sub-20. É considerado um dos melhores jogadores portugueses. Estreou-se na selecção nacional em 1991. Em Dezembro de 2000 a "France Football" atribuiu a Figo o prémio de melhor futebolista europeu e em 2001 recebeu o título de melhor futebolista do mundo atribuído pela FIFA (Federação Internacional de Futebol).


4 de Novembro de 1946

Fundação da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura)

UNESCO

Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, organismo criado em 1946 para promover a cooperação internacional nos domínios mencionados. A UNESCO colabora com os estados-membros nos seus esforços para combater o analfabetismo, promove o aumento do ensino gratuito e procura estimular a troca de ideias e de conhecimentos entre povos e nações. A sede fica em Paris. O seu secretário-geral é actualmente o espanhol Federico Mayor.


4 de Novembro de 1995

Assassinato de Yitzhak Rabin, primeiro-ministro de Israel, num comício pela paz israelo-árabe.


Yitzhak Rabin

Político e militar israelita. Nasceu em 1922, em Jerusalém. Chefiava o Estado-Maior das forças de Israel por alturas da Guerra dos Seis Dias. Dirigente do Partido Trabalhista Israelita, foi primeiro-ministro entre 1974 e 1977 e ministro da Defesa entre 1986 e 1990. Dois anos depois tomou de novo posse como primeiro-ministro. Recebeu o Prémio Nobel da Paz em 1994, juntamente com o ex-primeiro-ministro israelita Shimon Perez e com o líder da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Yasser Arafat, por ter assinado, em 1993, um acordo de paz entre palestinianos e israelitas. Foi assassinado em 1995.
Com a devida vénia Porto Editora

A SABEDORIA...

O único óscar que o famoso actor Matt Damon recebeu foi como argumentista...


Matt Damon

Actor e argumentista norte-americano, Matthew Paige Damon nasceu a 8 de Outubro de 1970, em Cambridge, estado de Massachusetts. Estreia-se no cinema, como figurante, ao lado de Julia Roberts no filme Mystic Pizza (Pizza, Amor e Fantasia, 1989). Nas rodagens de Field of Dreams (Campo de Sonhos, 1989) conhece Ben Affleck que se torna seu amigo inseparável. Nesse mesmo ano, entra na Universidade de Harvard, inscrevendo-se no curso de Matemática. Em 1996, obtém o primeiro papel de destaque no filme Courage Under Fire(Coragem Debaixo de Fogo), dirigido por Edward Zwick, interpretando o papel de um veterano da Guerra do Golfo viciado em heroína. Para tornar a sua actuação convincente, Damon emagreceu voluntariamente 18 kg. A sua actuação, apesar de secundária, não passou despercebida a Francis Ford Coppola que reconheceu o seu potencial e convidou-o para protagonizar The Rainmaker (O Poder da Justiça, 1997). Nesta adaptação da obra de John Grisham, Damon interpreta o papel de Rudy Baylor, um advogado inexperiente que luta contra uma companhia de seguros corrupta que se recusa a pagar os tratamentos de um jovem com leucemia. Apesar de contar com actores como Danny de Vito, Jon Voight, Mickey Rourke e Danny Glover, este filme foi um fracasso de bilheteira. Foi com Good Will Hunting (O Bom Rebelde, 1997) que Matt Damon ascendeu ao estrelato. A partir de um argumento da autoria do próprio Damon em parceria com Ben Affleck, o filme conta a história de Will Hunting, um jovem empregado de limpeza que esconde o facto de ser um sobredotado. Quando as suas aptidões são descobertas por um professor da Universidade de Boston (Stelan Skasgaard), Will é acompanhado por um psicólogo (Robin Williams, no papel que lhe valeu o Óscar para melhor actor secundário) que o ajuda a adaptar-se aos padrões sociais. O filme foi um dos maiores êxitos de bilheteira desse ano e a actuação de Damon conferiu-lhe a nomeação para o Óscar de melhor actor. Na cerimónia dos Óscares, perde esse prémio para Roberto Benigni, mas vence na categoria de Melhor Argumento Original. A partir daí, tornou-se numa das estrelas mais bem pagas de Hollywood. Torna-se incapaz de conciliar as filmagens com o seu curso superior de Matemática, abandonando-o no ano de finalista. Trabalhou com Steven Spielberg em Saving Private Ryan (O Resgate do Soldado Ryan, 1998) no papel de James Ryan, herói da Segunda Guerra Mundial, e contracenou com Tom Hanks. Entra também no polémico Dogma (1998), no papel do anjo da guarda Loki. Em 1999, é dirigido por John Dahl em Rounders (A Vida é um Jogo), interpretando o papel de um jogador de póquer compulsivo, ao lado de Edward Norton, Martin Landau e John Malkovich. No mesmo ano, desempenha o papel de Thomas Ripley em The Talented Mr. Ripley (O Talentoso Mr. Ripley), realizado por Anthony Minghella, a partir da obra homónima de Patricia Highsmith. Neste filme, contracenando com actrizes da igualha de Gwyneth Paltrow e Cate Blanchett, Damon assumiu a pele de um aventureiro homossexual que tenta usurpar a identidade de um milionário playboy (Jude Law).


Com a devida vénia à Porto Editora.

quinta-feira, novembro 03, 2005

ESPAÇO PARA A INFORMAÇÃO

O Dr. Jorge Ferreira agredece que leiam e visitem (em particular)http://tomarpartido.weblog.com.pt/arquivo/213393.html

Apesar do tema em questão não fazer parte da matéria cultural, mais concretamente a música, um pedido desta natureza «é uma ordem»...
:-)

Por outro lado, o Fados & Companhia está sempre à disposição.

quarta-feira, novembro 02, 2005

A SABEDORIA...

Existe uma substância que protege as paredes do estômago dos sucos gástricos. Caso contrário, elas próprias seriam digeridas...


Sistema digestivo

O sistema digestivo é o conjunto de processos mecânicos e químicos que têm lugar no tubo digestivo, tubo esse que tem o seu início na boca e o seu término no ânus. A existência deste sistema deve-se à necessidade de decompor os alimentos ingeridos em elementos nutrientes assimiláveis, pois só estes podem atravessar as membranas celulares, a nível intestinal, para serem absorvidos.
No homem, o sistema digestivo é formado pelo tubo digestivo e pelas glândulas anexas. O tubo digestivo, que é percorrido pelo bolo alimentar, compreende a boca, faringe, esófago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e ânus. As glândulas anexas, responsáveis por secreções importantes na digestão, são as glândulas salivares, o fígado e o pâncreas.
O tubo digestivo tem cerca de 9 metros de extensão e duas aberturas para o exterior - a boca, onde o tubo tem o seu início, e o ânus, onde termina. Os alimentos ingeridos só por absorção têm acesso ao interior do organismo.
A boca recebe os alimentos que o ser humano ingere, os quais proporcionam, além dos nutrientes necessários para a sobrevivência, agradáveis sensações de cheiro e gosto. Os receptores olfactivos, localizados no nariz, são responsáveis pela detecção do aroma e as papilas gustativas (existem de quatro tipos - doce, salgado, amargo e ácido), localizadas na língua, são responsáveis pelo paladar. Os dentes, num total de 32, no adulto, trituram os alimentos, de forma a estes poderem ser ingeridos, passando à faringe, órgão musculoso, onde se entrecruzam as vias digestiva e respiratória. É na faringe que ocorre o fenómeno da deglutição, durante o qual a epiglote fecha a laringe (tubo do aparelho respiratório). Depois, o bolo alimentar desce ao esófago, cujas paredes se contraem, ritmicamente, em movimentos peristálticos, empurrando-o para o estômago, passando através de um esfíncter que actua como válvula - a cárdia.
O estômago é um órgão, de paredes musculosas, em forma de J, com volume aproximado de 1,5 litros. É revestido, internamente, por uma camada espessa, de muco e pregas, onde se situam as glândulas gástricas. Estas produzem suco gástrico, constituído por água, ácido clorídrico e enzimas. Normalmente, o estômago demora 2 a 6 horas a esvaziar. O bolo alimentar é então transformado em quimo, o qual abandona o estômago, através de outro esfíncter, o piloro, passando ao intestino delgado.
O intestino delgado recebe, através do canal colédoco, as secreções do fígado e do pâncreas, decompõe química e mecanicamente o quimo, absorve nutrientes e transporta o material não digerido para o intestino grosso. A parede do intestino delgado é revestida por vilosidades intestinais (cada uma contendo vasos sanguíneos e um pequeno vaso linfático - o quilífero), que aumentam a superfície de absorção dos nutrientes, os quais são levados para o fígado, pela veia porta hepática, ou para a corrente sanguínea pelos vasos linfáticos. As células produzem o suco intestinal, o qual contém enzimas digestivas que completam a digestão do quimo, dando origem a unidades tão pequenas que podem ser absorvidas, passando para o sangue - o quilo.
O intestino grosso está ligado ao intestino delgado pelo jejuno-íleo. No intestino grosso, que inclui o cego, o cólon, o recto e o ânus, dá-se a absorção da água e sais minerais, sendo as fezes preparadas e armazenadas antes de serem defecadas pelo ânus. O cego, que fica logo abaixo da entrada do intestino grosso, tem uma pequena projecção vermiforme - apêndice - que desempenha um papel na imunidade do sistema imunitário do organismo, estando sujeito a inflamação dolorosa - apendicite. O cólon é composto por três partes - cólon ascendente, cólon transverso e cólon descendente. No intestino grosso existe um grande número de bactérias - flora intestinal - que sintetizam vitaminas K e algumas do complexo B, e absorvem as substâncias não digeridas, como a celulose.
O pâncreas é um órgão anexo ao tubo digestivo. Situa-se na cavidade abdominal, abaixo do estômago, tendo funções endócrinas (produz substâncias para o sangue, como a insulina) e exócrinas (lança no intestino delgado o suco pancreático).
O fígado é outro órgão anexo ao tubo digestivo. Situa-se à direita, por cima do estômago, e segrega a bílis, que neutraliza a acidez do quimo, permitindo a acção das enzimas. É lançada no intestino delgado, através do canal colédoco. Se não está a realizar-se a digestão, a bílis é armanezada na vesícula biliar.



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EFEMÉRIDE DO DIA

2 de Novembro de 1919
Nascimento do escritor Jorge de Sena

Jorge de Sena

Escritor português (1919-1978), poeta, ficcionista, dramaturgo e ensaísta, a sua obra é marcada sobretudo pela reflexão humanista acerca da liberdade do Homem. "Pensador que sente e sentidor que pensa" (Eugénio Lisboa), os seus poemas, de entre os quais se salientam aqueles de Metamorfoses e Arte da Música, partem geralmente de um objecto para fixar uma meditação sobre o "eu" e o seu lugar no mundo. Das suas narrativas sobressaem Sinais de Fogo, romance da formação de um poeta no Portugal do Estado Novo, Novas e Antigas Mudanças do Demónio e Os Grão-Capitães, colectâneas de contos.


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terça-feira, novembro 01, 2005

A SABEDORIA...

O cintilar das estrelas é causado por turbulências na atmosfera terrestre...


Uma vez conhecidas, através dos espectros, as luminosidades e temperaturas superficiais das estrelas é possível proceder à sua classificação. De acordo com o seu espectro as estrelas podem classificar-se em sete tipos espectrais designados pelas letras O, B, A, F, G, K e M. As estrelas mais quentes são as do tipo O. As mais frias são as do tipo M. Dentro de cada tipo espectral consideram-se 10 subtipos, designados de zero a nove. Estes subtipos baseiam-se na temperatura superficial da estrela. O zero é a mais quente e a nove a mais fria. Os tipos espectrais estão também relacionados com a escala evolutiva estelar. As estrelas O e B são antigas, menos brilhantes, enquanto as do tipo K e M são mais tardias e mais brilhantes. Por sua vez, uma estrela do tipo O2 é mais antiga que uma do tipo O7.
Um estudo mais detalhado das causas da aparição das riscas espectrais permitiu definir cada tipo espectral relativamente ao grau de ionização dos elementos que constituem a estrela. Os elementos metálicos, como o ferro, ionizam-se facilmente a temperaturas estelares relativamente baixas e, à medida que aumenta a temperatura, tendem a perder mais electrões. O hidrogénio exige uma temperatura muito mais alta para perder o seu único electrão. A energia de ionização do hélio é elevadíssima. Por isso as suas riscas de ionização só aparecem nos espectros mais quentes. Com base no grau de ionização, as características de cada grupo espectral são as seguintes:
Tipo O - A sua temperatura é superior a 25000K. A esta temperatura, o hélio, o hidrogénio e oxigénio estão ionizados. Só alguns átomos de hélio se encontram no estado neutro. As riscas mais características do espectro O são as de hélio ionizado, e as dos metais que perderam até três electrões.
Tipo B (11000 - 25000K) - O espectro destas estrelas é caracterizado por apresentar riscas nítidas de absorção de hélio neutro. Isto deve-se ao facto de, a esta temperatura, já não ocorrer a ionização do hélio. Por outro lado, o silício, o magnésio, o oxigénio e o azoto encontram-se ionizados.
São estrelas de cor menos azul que as de tipo O.
Tipo A (7500 - 11000K) - A esta temperatura ainda se encontram riscas de hidrogénio ionizado. São tipicas as riscas dos metais, como o ferro, tanto no estado neutro como ionizados. A sua cor é amarelada.
Tipo G (5000 - 6000k) - O Sol pertence a este tipo de estrelas. Caracterizam-se por possuir riscas de metais, como o potássio e o cálcio ionizados, e outras, bastante bem marcadas, de metais neutros. A esta temperatura as riscas de hidrogénio são muito mais débeis e começam a aparecer as primeiras riscas moleculares.
Tipo K (3500 - 5000K) - No espectro destas estrelas predominam as riscas correspondentes a metais neutros. O cálcio encontra-se no estado ionizado e as riscas moleculares são nitidamente visíveis. São estrelas de cor vermelha - alaranjada.
Tipo M (temperatura inferior a 3500 ºC) - Os metais não se ionizam, predominam as bandas moleculares de óxido de titânio. São estrelas de cor vermelha intensa.
Atendendo à densidade estelar, cada tipo espectral subdivide-se em cinco classes, de I a V.
A classe I denomina-se classe das supergigantes e é constituída pelas estrelas de atmosfera menos densa e de maior extensão. A classe V compreende as estrelas anãs, as estrelas menos luminosas de cada tipo, sendo a sua atmosfera reduzida e muito compacta. As classes II, III e IV compreendem as estrelas gigantes e subgigantes, com características intermédias entre as de tipo I e V.
Além destes sete tipos estelares comuns, há quem considere outros três tipos específicos, designados pelas letras R, N e S. Apresentam espectros que correspondem as estrelas muito frias, que se caracterizam por possuir riscas moleculares muito intensas. A maior parte da sua luz é emitida em comprimento de onda inferior ao infravermelho.
Este tipo de emissão compreenderá as estrelas de temperatura superficial de apenas 1000K.


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EFEMÉRIDE DO DIA

1 de Novembro de 1960
A Holanda, a Bélgica e o Luxemburgo criavam a BENELUX.

BENELUX

União económica e aduaneira formada pela Bélgica, Holanda e Luxemburgo. A expressão BENELUX é composta pelas primeiras letras de cada país - BElgium (Bélgica), NEtherlands (Holanda) e LUXembourg (Luxemburgo).

1 de Novembro de 1993
Entrada em vigor do Tratado de Maastricht.

Tratado de Maastricht

Tratado da União Europeia, assinado em Dezembro de 1991, que entrou em vigor a 1 de Novembro de 1993. É o documento que define as linhas-mestras da política e das instituições europeias, estabelecendo a cidadania europeia e identificando como objectivos a união económica e monetária, a política externa e a política de segurança comuns.


Ficou assim conhecido o Tratado da União Europeia, assinado pelos chefes de Estado e de Governo representados no Conselho Europeu de Maastricht (Holanda), em 9 e 10 de Dezembro de 1991. Após o processo de ratificação nos doze países que então compunham a Comunidade Europeia (Portugal ratificou o tratado na Assembleia da República), entrou em vigor a 1 de Novembro de 1993.
Foram várias as razões que conduziram os estados-membros a uma união mais estreita. O europessimismo do início dos anos 80 deu lugar a uma nova esperança com o relançamento da dinâmica europeia a partir de 1985. O então presidente da Comissão Europeia, Jacques Delors, apresentou o Livro Branco através do qual a Comunidade decidiu levar a efeito, até 1 de Janeiro de 1993, a construção do grande mercado interno.
A queda do Muro de Berlim, seguida da reunificação alemã a 3 de Outubro de 1990, e a democratização dos antigos países do Bloco de Leste, alteraram profundamente o cenário político na Europa. Os estados-membros da Comunidade Europeia resolveram então empenhar-se num processo de aprofundamento da sua união, mediante a negociação de um novo tratado.
O Tratado instituiu a União Europeia e a cidadania europeia. Trata-se de um ambicioso programa para os estados-membros: cumprir os critérios propostos em Maastricht para chegar em 1999 à união económica e monetária, implementar novas políticas comuns e realizar a união política que inclui a política externa e de segurança comum (PESC). O Tratado da União Europeia preparou o caminho para a entrada de novos estados-membros (Áustria, Finlândia e Suécia).
Os compromissos assumidos em Maastricht reforçaram a ligação entre as instituições e os mecanismos comunitários, por um lado, e as políticas de cooperação diplomática por outro. Uma das grandes novidades do Tratado é que o Parlamento Europeu exerce de forma plena o direito de co-decisão.
A assinatura deste tratado representou para a União um marco fundamental no processo de integração das nações. Mas este não foi um tratado pacífico. Motivou fortes discussões. Em França, por exemplo, a sua aprovação foi submetida a referendo e passou por muito pouco, enquanto o Reino Unido e a Dinamarca exigiram condições especiais. Têm, assim, o direito de integrarem a moeda única e de participarem na política externa e de defesa comum (PESC) num momento à sua escolha.
O Tratado da União Europeia está a ser revisto para adaptar as estruturas dos 15 a novas situações, como seja a preparação para um novo alargamento, desta vez a leste. A reforma incide sobre o reforço da democracia e da transparência, visando aumentar a participação dos cidadãos no processo de integração. Ao mesmo tempo, a cooperação nos domínios da justiça e dos assuntos internos deverá ser dotada de meios mais eficazes.


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