sexta-feira, outubro 28, 2005

A SABEDORIA...

A ideia de voar sempre fascinou o homem. Várias experiências foram realizadas ao longo dos anos, algumas
mais lunáticas do que outras. Foi a 17 de Dezembro de 1903 (às 10h35), em Kill Devil Hills, na Carolina do
Norte, Estados Unidos da América, que se concretizou o primeiro voo motorizado, realizado pelos irmãos
Wright, no Flyer. Com uma duração de voo de 12 segundos, esta façanha foi, contudo, pouco divulgada.
Ao longo dos anos seguintes, os irmãos Wright continuaram a realizar voos, para melhorarem os
conhecimentos. Acabaram por ser eles a efectuar o primeiro voo de mais de uma hora e a transportar um
passageiro. Para além disto, as capacidades do Flyer convenceram as autoridades norte-americanas e, por
isso, tornou-se no primeiro avião militar.
Em 1906 o brasileiro Alberto Santos-Dumond, estando em França, percorreu 220 metros em 22,5 segundos,
com o avião "14-bis".
Em 1915 o alemão Hugo Junkers projectou o primeiro avião todo metálico, o "J1", tendo atingido uma
velocidade de 170 km/hora.
Com a Primeira Guerra Mundial à porta, o desenvolvimento dos aviões conheceu um novo incremento e
melhorias relacionadas com o primeiro conflito mundial. Neste sentido, surgem os aviões de reconhecimento
alemães, como é o caso do LVG C. VI, que tinha como missão observar e fotografar a actividade do inimigo.
Estes aparelhos estavam ainda equipados com armas para defesa, em caso de ataque.
De progresso em progresso, os aviões começaram a ser identificados como meio de transporte para um
número de pessoas cada vez maior. Por exemplo, o bimotor Boeing 247 transportava 10 passageiros. Mas,
em 1935, o Douglas DC3, que levava 21 passageiros a 270 km/hora, acabou por bater os índices de vendas,
tendo também sido importante para a execução de determinadas tarefas durante a Segunda Guerra Mundial.
O motor a jacto revelou-se fundamental para o desenvolvimento dos aviões. Em 1939, o avião alemão Heinkel
178 transforma-se no primeiro a jacto do mundo, vindo a atingir uma velocidade de 755 km/hora.
O primeiro avião a jacto comercial foi o Havilland Comet I, que transportava 48 passageiros. No entanto este
aparelho, considerado elegantíssimo, teve vários acidentes no início da sua actividade, em 1952. Acabou por
ser melhorado e utilizado em voos civis e militares.
O Boeing 707 esteve na origem da substituição dos aviões de hélice pelos a jacto. Este aparelho tinha uma
velocidade de cruzeiro de 880 km/hora e transportava 190 passageiros.
Em 1970, o Boeing 747 Jumbo entrou em cena, com as seguintes características: o maior avião de
passageiros do mundo, com cerca de 300 toneladas de peso e capacidade para mais de 300 passageiros.
Estas propriedades fizeram com que, durante muitos anos, existissem dúvidas acerca da segurança que este
tipo de transporte poderia implicar. Mas logo se desvaneceram. De tal forma que cerca de 30 anos depois de
ter entrado em funcionamento, o Boeing 747 continua a ser uma referência incontornável no transporte aéreo
mundial, atingindo os 900 km/hora e oferecendo uma capacidade de mais de 450 lugares.
Em 1976, mais precisamente no dia 21 de Janeiro, o Concorde, o primeiro supersónico, realiza o seu voo
inaugural. Apesar das críticas que, posteriormente, lhe foram feitas (elevado consumo de combustível e
contribuição para a destruição da camada de ozono) o Concorde, de silhueta esguia, conseguiu voar acima
dos 1600 km/hora, necessitando apenas de três horas para ligar a Europa à América do Norte.
Está assegurada a importância dos aviões e o seu carácter indispensável no mundo moderno.
Em Portugal, a história da aviação e os aviões tiveram o seu grau de reconhecimento com a viagem de
Sacadura Cabral e de Gago Coutinho em 1922. Partindo de Lisboa a 30 de Março, no Lusitânia, concretizam a
primeira viagem de travessia do Atlântico Sul, chegando ao Rio de Janeiro, Brasil, no dia 17 de Junho.
Anos mais tarde, em 1945, foi instituída a companhia de Transportes Aéreos Portugueses, que abriu a sua
primeira linha comercial (Lisboa/Madrid), a 19 de Setembro de 1946. Ainda neste mesmo ano, comprou os
primeiros aviões DC3 Dakota.


Com a devida vénia à Porto Editora

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