segunda-feira, novembro 21, 2005

A SABEDORIA...

O primeiro filme da história do cinema teve lugar em 1895 com os irmãos Lumière.

Os princípios técnicos do cinema são simples: por um lado, uma série de imagens é fixada numa película fotossensível; por outro, essas imagens são projectadas por um feixe de luz sobre uma superfície plana, a tal velocidade de sucessão que as figuras parecem estar a movimentar-se em contínuo. Este efeito baseia-se no facto de o olho reter as imagens durante uma certa porção de tempo após o desaparecimento da coisa vista.
A técnica do cinema surgiu no século XIX, em parte associada ao desenvolvimento da fotografia. Assim, inventores como Louis Daguerre, Coleman Sellers e Étienne Marey podem-lhe ser associados. Contudo, foram os franceses Louis e Auguste Lumière que deram o passo fundamental, com a invenção do cinematógrafo, dado a conhecer ao público em 1895.
O cinema depressa adquiriu popularidade na Europa e na América do Norte, como fonte de entretenimento, veículo ideológico e documentário. O introdutor da nova técnica no nosso país foi Aurélio da Paz dos Reis, logo no ano a seguir à inauguração dos irmãos Lumière.
Ao longo do tempo, os desenvolvimentos técnicos sucederam-se e levaram a grandes modificações dos estilos predominantes. A possibilidade de sincronização da imagem com o som teve consequências aos mais diversos níveis, desde logo no trabalho dos actores. Na verdade, muitas das estrelas do cinema mudo foram incapazes de se adaptar e viram as suas carreiras terminadas com o advento do sonoro. O filme que marcou esta viragem foi O Cantor de Jazz, de 1927. A introdução da cor e de formatos mais largos, depois, e o desenvolvimento dos efeitos especiais, mais tarde ainda, foram outros progressos que acarretaram mudanças radicais na estética das produções.
Por outro lado, os géneros foram-se definindo: tornaram-se reconhecíveis diferentes tradições cinematográficas, com características e convenções mais ou menos estáveis, como é o caso das comédias amorosas, dos filmes de guerra, dos westerns, dos filmes de espionagem, dos policiais e histórias de tribunal, da ficção científica, da animação, dos musicais, etc. Ao mesmo tempo, ainda, surgem as escolas ou correntes (como o expressionismo e o neo-realismo, que ligam o cinema aos movimentos de outras artes) e estabelecem-se perfis nacionais para as produções (há um estilo americano, um britânico, um indiano, etc., bem distintos dentro de certos géneros).
Pela sua ampla difusão internacional e social (é igualmente apreciado por pessoas de todas as classes), o cinema é considerado pelos estudiosos como um dos componentes distintivos da cultura do nosso tempo. Na verdade, não apenas algumas das suas figuras são conhecidas de várias gerações, em vários países e grupos sociais, como também muitas das ideias-feitas sobre o heroísmo, a justiça, a investigação policial, certas épocas e personalidades históricas, certos sentimentos, etc., decorrem de obras cinematográficas ou são por elas transmitidas às massas. A importância do cinema é tanto mais significativa quanto ele marcou indelevelmente a programação televisiva, quer porque os filmes também são transmitidos na televisão, quer porque esta adoptou, na sua produção própria, muitos elementos dos vários géneros cinematográficos.
Como forma de arte e grande indústria que é, o cinema dispõe de acontecimentos organizados para sua promoção, bem como de galardões que são atribuídos às obras e personalidades de maior mérito. Entre os primeiros destacam-se o Festival de Cannes, o Festival de Veneza e, entre nós, o Fantasporto. Quanto a prémios, os mais famosos são os Óscares, atribuídos anualmente desde 1927.


Com a devida vénia à Porto Editora

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